A logomarca do XXVIII SIIRP traz elementos naturais e culturais do cenário sergipano, como o Edifício Maria Feliciana, as Mangabeiras e seu ambiente de trabalho, além da Serra e o clássico caranguejo de Aracaju, capital sergipana.
O Edifício Maria Feliciana foi construído na década de 70, localizado no centro da capital sergipana, Aracaju, tornando-se um símbolo do começo do desenvolvimento econômico de Sergipe. Também conhecido como Edifício Estado de Sergipe, faz alusão à sergipana Maria Feliciana dos Santos, que, na época, foi considerada a mulher mais alta do país, chagando a ganhar o título de 'Rainha da Altura' no programa de Chacrinha. Com pesar, ela veio à óbito em abril deste ano, deixando um marco na representatividade sergipana (Portal G1 SE).
No entanto, como forma de representar o Edifício Maria Feliciana não, apenas, como o desenvolvimento econômico, ele foi colorido com as cores da Agenda 2030 para realçar as dimensões social, ambiental e institucional presentes nesta agenda global, essenciais para o Desenvolvimento Sustentável das nações que, por sua vez, seus objetivos e metas estão atrelados ao evento, bem como nas pesquisas desenvolvidas no PRODEMA, nível mestrado e doutorado.
Já as mangabeiras, foram reconhecidas como comunidades tradicionais em 2010 mediante criação da Lei n° 288 pela Assembleia Legislativa de Sergipe (ALESE). As catadoras de mangaba são mulheres que realizam o extrativismo como fonte de obtenção da mangaba in natura, podendo serem fabricados diferentes derivados lhes conferindo sua principal fonte de renda. Assim, a forma de interação dessas mulheres com a natureza a partir dos saberes tradicionais que possuem ajudam na conservação dos recursos naturais como forma das gerações futuras darem continuidade à atividade extrativista, reforçando a identidade cultural do Estado de Sergipe.
Em relação ao caranguejo, tornou-se um dos elementos centrais de Aracaju, com monumento na Orla de Atalaia compondo uma dos cenários mais turísticos do estado. Por sua vez, a coleta do caranguejo também é uma atividade extrativista praticada pelas comunidades tradicionais, sobretudo pelas marisqueiras nas áreas de manguezal e também são empregados os saberes tradicionais na obtenção do caranguejo. Esses saberes se perpetuam na identificação das diferentes espécies de mariscos e crustáceos que habitam o manguezal, sendo que essa identificação se dá pelo rastro, formato da abertura do buraco e fezes.
De acordo com o estudo realizado por Almeida (2024) nas comunidades quilombolas da Resina e do Saramém, em Brejo Grande/SE, as principais formas de obtenção dos mariscos se dão pela pesca de braço e da utilização da redinha. Porém, esta última forma de obtenção é considerada insustentável, pois todas as espécies fêmeas e machos de caranguejo são capturadas. Diversos estudos sobre a temática apontam uma evasão das marisqueiras para pescadoras artesanais, visto que há uma fragilidade na legislação por não serem reconhecidas profissionalmente e, nesse caso, são desasistidas quanto a benefícios pelos governantes.
Por fim, com destaque no fundo da logomarca encontra-se uma Serra em homenagem ao Parque Nacional da Serra de Itabaiana, localizado às margens da BR 235. Com seus encantos naturais, esta unidade de conservação é protegida, controlada e administrada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA. Além de concentrar uma diversidade nos ecossistemas de mata atlântica e de caatinga, possui uma reserva hídrica com cachoeiras (Itabaiana, 2019).
Referências
ALMEIDA, G. L. Estratégias de (Re)existência das comunidades quilombolas da Resina e do Saramém, em Brejo Grande. Tese (Doutorado em Desenvolvimento e Meio Ambiente) - Universidade Federal de Sergipe, 2024, 235f.
ITABAIANA. Parque Nacional Serra de Itabaiana. Disponível em: https://itabaiana.se.gov.br/turismo/1/parque-nacional-serra-de-itabaiana.
PORTAL G1 SE. Disponível em: https://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2024/04/27/morre-em-aracaju-maria-feliciana.ghtml.